LÁ LONGE, AQUI BEM PERTO ONDE NÃO ESTÁS ONDE ÉS A SOMBRA SUBLIMINAR DO MEU DESERTO…
Mais um livro escrito
Mais uma palavra dada
Mais uma noite passada em claro
Por muita coisa
Mas por quase nada…
Um desejo
Um beijo
Um corpo
Que se deseja partilhar
Na impossibilidade física
De eu estar num local
E tu
Num outro qualquer lugar
Lucidez perdida
Lucidez achada
Consoante a droga
Do esquecimento que tomo
Para ver se dou rumo
A esta alma abandonada
Porque me sinto
Um nada sem Ti
Porque choro
Lágrimas não derramadas
Que não existiam
Quando adormeci
E sei que estavas comigo
Lágrimas que tive vontade de deitar
Quando despertei
E me invadiu um imenso horizonte crepuscular
Porque deixara de saber
Em Ti
Qual era o meu lugar
E assim
Nesse deserto de sentires
Nesse vazio
Estou destinado a outros corpos
A copos sem valida companhia
A amores sem nexo
Sem sentido
A drogas para dormir
Drogas para acordar
Drogas para me manter
De olhos bem abertos
De modo a olhar um futuro
No qual terás partido
Partido…
Onde posse ter imensa coisa bela
Mas onde não te terei por perto…