Não estava mais só...
Hoje ela estava do contra do começo ao fim,
e era impossível entender essas modificações
que alteravam o seu humor de vez em quando.
Na praia caminhamos em silêncio um tempão,
pois era como se não tivéssemos nada a dizer,
que pudesse mudar essa fria indiferença,
que já vinha sentindo de uns tempos atrás,
quando você estava se atirando de cabeça,
em busca de um novo amor...um que fosse teu,
apenas teu, e que se ajoelhasse a teus pés,
e que fosse para você um anjinho bem amoroso,
desses...cujo pensamento pudesse ser cúmplice
de todos aqueles que você perfilava, um por um,
mesmo não sabendo ao certo se eram evasivos,
ou simplesmente sinceros em suas verdades,
mas que pelo menos mostrassem estar amando,
aquilo que você desejava como mulher buscada,
ou seja : aquele que te faria feliz e fosse exclusivo.
Olhei meus passos afundando na areia molhada,
e percebi que nem havíamos nos dado as mãos
nesse caminhar que ia devorando essas areias.
Cada passo eu já sentira como um destino traçado,
e ela na solidão de seu próprio silêncio olhava o mar
esse gigante que chegava até a diminuir a esperança
de que pudesse existir para nós dois qualquer futuro.
Hum...de repente nem quis mais caminhar pela praia,
porque meu ânimo se desatara de vez da minha paixão,
e em seu lugar permanecera apenas a indiferença,
como esses rastos que as ondas mansas apagavam
como se fossem apagadores de um tempo vivido,
mas que sabidamente não se poderia de novo viver,
e percebi nesse momento...nessa tarde friorenta,
que ela não estava mais ao meu lado...desaparecera,
como uma sombra desaparece na chegada da luz.
Sim...na chegada da luz...que me iluminava todo,
para mostrar que nesse brilho, sombras eram só
ausências que não poderiam mais compartir a luz,
essas que agora reluziam em meus olhos de realidade.
Hum...cansado de caminhar todos esses quilômetros,
sentei-me por momentos nas areias finas e brancas,
para assistir ao pôr de sol que já ia acontecendo,
dourando a tarde e levando consigo a última claridade.
Uma solidão foi se apropriando de minha mente quieta,
enquanto o sol sumia...e o anoitecer já fazia seu turno.
Não havia mais nada para se ver...eu estava só.
Ela partira como um pôr de sol ... levando consigo
aquele brilho que havia tido quando amava a si mesma...
acima de todas as coisas...e a mim.
E então no céu uma estrela
brilhante apareceu.
E senti que não estava mais só,
nesta noite cheia de sombras...
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Poesia que fiz em 01-08-09 às 20.30 h em SP
Lua crescente - nublado – 18 graus.
Beijos e abraços para você...Bom domingo... [love]
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