O CONTEXTO RUBRO
Poeta, eis que minha vida profética,
É rumorosa estória, perdida em metáforas poéticas,
Dá-se o ponto, e não esclareço o contexto,
Minha vida é lugar vazio e aqui não há pretexto!
Pois sim, choro de arremedo; nas letras tenho segredo,
Cancioneiro: Prosa e diz da chuva e diz do medo!
Eu digo do degredo, desta minha alma.
Não tenho o amor que me diga, calma!...
E havendo eu, sido expulso do paraíso!
Do anjo, tenho a asa, com que vôo e esbanjo:
Verborrágicas dores suspeitas de credo,
Nascidas de um peito arfante do medo,
De perder de vista a lua lamparina,
Que nas noites de fogueiras e vinho, ilumina;
O céu, de onde retiro as letras que plasmo
Nas retinas de quem lê, este inútil pleonasmo.