A SUPREMACIA DESSE AMOR - Retrô

Conheço, desde que te conheço, uma nova dimensão da dialética;

Única fonética a usufruir dos meus palatos, com sons inéditos;

E conquista créditos de meus raciocínios, essa parcialidade eclética;

Essa despretensão hermética a desfazer meus pressupostos estéticos!

Tudo é desconstruído, a contar da data de minha edificação;

E o meu canibalismo vegetariano agora é ávido por abstinência;

Posso explicar a ausência de recados imbuída por essa codificação;

É a rejeição aos antigos pratos que não podem preterir tua apetência!

Com o aval desse xucro olhar, se dá o espetáculo da obra pronta;

Que me remonta aos dias de meus mais prudentes idiotismos;

Nos meus coloquialismos eis a erudita e insigne paixão que desponta;

Na minha conta debito as dívidas de meus credores sonhos passivos!

É como ondas que preferem os desertos, é o Braille da perfeita visão;

Revelação dessas incógnitas na ambiguidade das clarezas;

Nas incertezas do descaminho ouvi o som calado de teu coração;

Superficial pontuação, por onde vírgulas unem nossas profundezas!

E eu sei que tudo isso é amor, porque é o eterno inventado;

Há um tratado firmado entre o grito metafórico e o silêncio literal;

Todo amor real simplesmente se traduz onde não pode ser retratado;

E brado que o apresenta para algo, percebe que qual ele nada é igual!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 01/08/2009
Código do texto: T1730954
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