Inacessível
Não me toque agora que estou confuso
E não consigo discernir o que quero e o que não.
Tenho mil olhos e não vejo saída,
E uma só boca querendo ser beijada.
Não tenho local para nada
E mil recipientes a serem arquivados
Uma planilha mal planejada
Sem um instante de sossego.
Por isso, repito, não me toque
Porque posso revidar com palavras rudes
E cuspir para o alto a chance de uma vida inteira.
Posso passar a vagar como um cego
Diante de tantas portas abertas.
Não tenho morada
Moro onde você mora
E se não tiver lugar para minha alma
Então, não sei mais nada.
Eu só peço que não me toque agora...
Poesia publicada no livro Para Sempre, de Márcio Martelli,
Editora In House (2006).
Não me toque agora que estou confuso
E não consigo discernir o que quero e o que não.
Tenho mil olhos e não vejo saída,
E uma só boca querendo ser beijada.
Não tenho local para nada
E mil recipientes a serem arquivados
Uma planilha mal planejada
Sem um instante de sossego.
Por isso, repito, não me toque
Porque posso revidar com palavras rudes
E cuspir para o alto a chance de uma vida inteira.
Posso passar a vagar como um cego
Diante de tantas portas abertas.
Não tenho morada
Moro onde você mora
E se não tiver lugar para minha alma
Então, não sei mais nada.
Eu só peço que não me toque agora...
Poesia publicada no livro Para Sempre, de Márcio Martelli,
Editora In House (2006).