Nossas Terras Virgens e Sem dono

Nas terras virgens-sem-dono, não nasce muda de abandono;

Vinga as sementes do amor, regadas a lágrima da deusa, que por vezes;

Chora terra linda que só de divindade vive, nos faz viver;

Como nuvem que se desfaz num sopro forte,

Dos ventos que vêm do sul, e sopram pro norte;

Que nos tenta a vontade de cuidar, se embriagar, se perder.

Vinho doce é teu beijo;

Nobre beijo de luar, no casamento dos astros é no dia-noite que se fará, lá lá...

Vinho doce é teu beijo;

Devaneios da minha saudade, fria e seca a conservo, não abraço teu é privo de liberdade, Liberdade será...

Vinho doce é teu beijo, de tanto ébrio fico a cantar-te;

De tanto, Tanto louco repito e grito aos quatro ventos;

Que são seus, meus pensamentos, e o nome teu, e o nome meu;

Bebe o que não há de beber, saciar-me com o que não há;

De comer, como se só se lá há de se admirar;

Vivia Ela a me remediar por teu toque, por teu tocar

Vivia Ela deusa como os anjos que eu sempre amei,

Que amo não se diz de nada, à deusa a verdade;

Dizer-se-á, neste momento amo teu corpo-alma,

Que deusa despreza o equilíbrio pró maldade?

É sempre luz clara contra a aspirante fria da tarde, agasalha-me.

E posso eu viver como vivo em pensamento? Amo o vento.

Tarde é esta tão seca que nem a pior solidão se aplica;

Solidão esta tamanha que nem os caminhos de pedra da poesia explicam,

Por poesia eu não faço nada, por enquanto é ela que faz por mim;

Que defina minha curta vida por terminada! Pra própria causa;

Não será do parapeito que minha vida terá um fim;

Menina, nossas terras virgens sem dono, amanhã acordarão.

Amor de deusa, nunca é posto a prova, ama e só;

Que é amada eternamente, e não pode amar a todos,

(Salva seja a deusa-menina, Hoje choveu, pare de chorar...),

Não veria teu deus coisa pior, das águas;

Das águas mesmas que nasceram imaculadas;

A paixão a banhar-se a nós irrita, e às palavras...

(Será a paixão coisa pura? Não é.)

Nos dizem que não, que é tudo mentira.

Quando se fala a boca se retira a mão do outro;

Que um anjo que ama uma deusa pode perder-se, e a sua plumagem;

Pouco a pouco se desespera e começa a sonhar;

Nua loucura é coisa simples no ato de imaginar;

Seja por pudor ou por realidade, nosso amor não realizar-se-á.

Que por vezes chego a pensar: “Nós dois”, abro os olhos depois...

Se tu julgas quem não te condenas, noutra coisa;

Há de se pensar, por pura macula ou por Interesse;

Há de sempre que minar o amor que não é o meu...

Devaneios de uma deusa que se porta como rosa;

De espinhos a pétalas tua beleza se aflora;

E mais. Dá frutos...