JOÃO NINGUÉM

Sou feliz a minha maneira

Não preciso retoques

Nem máscaras

Para ser o que sou não preciso levantar bandeira

Meu carro é velho e desleixado

Uso meu jeans completamente desbotado

Meu tênis é o mesmo que ganhei no natal passado

Eu já engasguei na vida muitas vezes

E quando o trem passou... Eu estava sempre atrasado

Mas aprendi a sorrir e chorar

Cantar e gritar

Eu sei beijar e xingar

Sou a medida precisa da incerteza

Se mendiguei pedaços

Também me completei na realeza

De personagens, sou vários

Palhaço

Querubim

Poeta e escritor

Na vida que levo, por vezes

Sou o único ator

Atrás de um copo eu já chorei escondido

Muitas noites...

Mistifiquei sentimentos

E embriaguei-me da vida

Em todos meus momentos

Se desejei um dia a cinderela

Em carruagem de luz e uma calcinha que seduz

Descobri que nem a vida é assim tão bela

Enfim...

Mesmo que o inverno nunca tenha fim

Há de existir sempre um coração que cuide de mim!

luis lopes
Enviado por luis lopes em 31/07/2009
Código do texto: T1729251
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