COMPRIMIDO (Cont. de “É apenas um livro…”)
Abre as portas da alucinação
Viola tabus
Rasga preconceitos
No amor tudo vale
E por isso
À alienação tens direito
Nessa coisa redonda
De sabor inócuo
E de resultado prometido
Tudo faço
Desde que partiste
Desde que não posso estar contigo
E a festa continua
Há que fazer companhia
À pequena maravilha
Com um bocado ilimitado de álcool
Para o acompanhar
Porque não sei se sei viver sem Ti
Porque para outro lado tenho de viajar
E assim passo as noites
Sobrevivo aos dias
Olhando um mundo que não me é simpático
Com diferentes dioptrias
Só me lembrando do que fiz
Do que vou fazendo
Em poemas e prosas
Que me devolvem a memória perdida
E o mínimo de lucidez
Para não passar demasiado do risco
Não fazer nenhuma estupidez
Como te ligar
Como de alguma forma
Te contactar
Pois partiste
Ou eu morri para Ti
Partiste sem dizer nada
Pois por vezes
Há amores
Que acabam
Assim…
Toma o comprimido…