COMPRIMIDO (Cont. de “É apenas um livro…”)

Abre as portas da alucinação

Viola tabus

Rasga preconceitos

No amor tudo vale

E por isso

À alienação tens direito

Nessa coisa redonda

De sabor inócuo

E de resultado prometido

Tudo faço

Desde que partiste

Desde que não posso estar contigo

E a festa continua

Há que fazer companhia

À pequena maravilha

Com um bocado ilimitado de álcool

Para o acompanhar

Porque não sei se sei viver sem Ti

Porque para outro lado tenho de viajar

E assim passo as noites

Sobrevivo aos dias

Olhando um mundo que não me é simpático

Com diferentes dioptrias

Só me lembrando do que fiz

Do que vou fazendo

Em poemas e prosas

Que me devolvem a memória perdida

E o mínimo de lucidez

Para não passar demasiado do risco

Não fazer nenhuma estupidez

Como te ligar

Como de alguma forma

Te contactar

Pois partiste

Ou eu morri para Ti

Partiste sem dizer nada

Pois por vezes

Há amores

Que acabam

Assim…

Toma o comprimido…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 31/07/2009
Código do texto: T1729244
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