Canção para ti, meu amor!

Chuva enebriante de faíscas prateadas

Caíram e fizeram perpétua morada

Nos emaranhados mágicos dos cabelos

Teus...

Constelações de estrelas vermelhas

Tingiram tuas argentinas sobrancelhas

Com fluídas tintas dos lábios meus...

Todo mundo se florescia, minha amada,

Até o canto da cotovia, envergonhada,

Se emudeceu...

Tinhas um vestido de luas esmaltadas,

Com as azuis nebulosas amalgamadas,

Enquanto Febo repousava pelo poente...

Vinhas cravado de fúlgidas esmeraldas,

O vestido eivado de aromas da madrugada

Que um dia, remoto, eu lhe dei de presente...

Tens agora os cabelos com os fios estrelados,

Tens tuas sobrancelhas e teus olhos argentados

No teu universo-corpo-constelação...

Exalas substâncias com essências aromáticas,

Com o pulcro mel das frutas temporãs adocicadas

Pelas silvestres hortelãs...

Mulher da rubra face que nunca vi mais linda,

Fada na Terra Encantada, delícia e dádiva divina,

Dona do meu sôfrego coração...

Me sinto um dos mortais mais privilegiado

Por poder compartilhar o mundo ao teu lado,

Para ti é essa canção.

Gil Ferrys
Enviado por Gil Ferrys em 30/07/2009
Código do texto: T1728218