ETÉREA - Retrô
Horizontes castanhos, nesse noturno olhar;
Perfeita métrica, que me propõe os teus encaixes;
Que pela mão tomou-me, pra que meu virgem fascínio olhasse o mar;
Que me fez sua tradição, que me inseriu nas suas praxes!
Felina meiga, que não foge de seu caçador;
Rara feição, que me alimenta de sua ninfa aparição;
É como que morte sem desfecho, como que chamas sem ardor;
Qual asas a me serem doadas, para que possa provar de sua prisão!
Gnose dos mistérios em doçura elucidados;
Vento dos universos, que afasta lágrimas de meu olhar;
Assustou-me a consciência, mediante teus desenhos vislumbrados;
Razão de minha incoerência decidir jamais te abandonar!
Selva capilar, por onde percorrem perdidas minhas mãos;
Vai abrigando meus desafios predadores;
Faço obras em teus delírios, qual habilidosos toques artesãos;
Para extrair na seiva que te verte, teus plenos sabores!
Lábios férteis que acasalam com meus sentimentos;
Ondas fêmeas que me trazem prazer e me levam consigo;
Sublimes dimensões queimam no clímax de nossos momentos;
Nada me pedem meus desejos, que não seja contigo!
"A ti: musa de absurdos encantos que me avassalam!"