A BORBOLETA DO CASTELO
Guida Linhares
Construi meu castelo de sonhos
com devaneios jogados ao léu
cravejados de rubis tristonhos
avermelhados lançados ao céu
E ficava a fitar tantas nuvens
percebia em todas o teu rosto
entre matizes sentia vertigens
no medo de vir a ter desgosto
Assim afastei em desencanto
qualquer chance de encontro
preferi chorar meu cedo pranto
do que esperar um confronto
E nas horas tristes da noite
em que adentrava no castelo
tua lembrança era um açoite
aplanada a ânsia no rastelo
Paredes dialogavam tristezas
lágrimas de ilusão recolhida
rosas desabrochadas em beleza
não mais ostentavam a vida
Assim nosso castelo de sonhos
ruiu antes dos alicerces sólidos
sustentarem diálogos risonhos
transformado o amor em bólidos
Agora enfrento os dias sózinha
à procura da borboleta perdida
Do amor vivenciado retrato
a sobra da paixão adormecida
Santos/SP/Brasil
08/06/06
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