EU CONFESSO…
Que não fui atrás de Ti
Em busca de uma causa
Um apelo
Eu confesso
Que procurava as estrelas
Que me afastassem da escuridão
Pois eras a luz
Que iluminaria a minha imensidão
Procurava
Companhia
Ou se quiseres
Amor
Ou pedaços de ternuras
Que na minha imortalidade
Tinha desperdiçado
Por querer abraçar tantas coisas
E que julgava
Ter esse tesouro inacabado
A teu lado
E disse-te então
Palavras de alegria
Com as quais me deveria rejubilar
Palavras raras
Que esperavam
Uma outra alma
Outro coração encontrar
E foi assim que nos encontrámos
E que constituímos o Povo Breve*
Um império de arte
A arte do amor
E fomos da terra ao sol
Sem que ninguém parecesse notar
Pois eram as estrelas
E não a terra
O nosso lar
Onde te vi
Chorar
Sorrir
Amar
Ausência
Indiferença
Mistério
Silêncio
Que julgava sem qualquer tipo de sentido
Mas a última coisa que tive de Ti
Foram silêncios
A tua forma delicada
De dizer
Que passaria o resto da eternidade
A amar o que tu amas
Mas sem Ti
Tendo pois
Que dar á vida
Um outro tipo de sentidos
Uma lógica
Uma razão
Que teria de arranjar
Para sobreviver
À morte
De parte do meu coração
Miguel Patrício Gomes
* Conto publicado algures por Aqui