Ainda Assim

Ainda Assim

Se não houver mais luz do sol sobre os meus dias,

nunca mais a luz do sol sobre os meus dias;

mesmo que as nuvens ponham trevas nos meus olhos

e os meus olhos não decifrem mais a luz:

ainda assim eu terei a claridade

do que, em mim, sobrevive em teu sorriso.

Se eu já não tiver noção do que for noite

pela ausência das estrelas nos meus olhos,

pela falta do luar no que eu não veja.

Sem ninguém que me indique onde eu ande,

eu seguirei pela viela iluminada

guiado apenas pela luz do teu olhar.

Se eu for estranho entre todos que me cercam,

solitário mesmo em plena multidão,

ainda que sofrido das ausências,

sem ninguém com quem contar na hora extrema

quando a lágrima chover na escuridão:

Ainda assim eu terei uma saudade

pra amenizar em ti o que dói na solidão.

Se um acaso me brindar com tua presença

e tu passes, e eu te chame, e não me ouças,

e eu grite, e tu sigas sem me ver:

Serei feliz, ainda assim, com a tua indiferença,

com o rastro de perfume que deixares

Porque em mim o que te ama vai contigo.