Quando busco teus olhos
Quando busco teus olhos em mim
encontro a promessa não feita de
um amor contido na melodia
da canção que teus dedos tocam,
no silêncio das lágrimas que verto.
Impossível não permitir que Eros
vague em meu peito, sonâmbulo
e embriagado de sentimentos.
Não quero tuas promessas de
partida quando a minha alma
repartida busca refúgio
no calor do teu peito.
Faço versos que buscam
tua música na dissonância de
acordes doridos, na essência
da saudade que aflora e
afoga os sentidos.
Não quero o mar revolto
da angústia de outrora,
tampouco a solidão que corrói
o tempo marcado no relógio
da parede.
Quero a calma de um amor
maduro que tire apenas
o fôlego de nossos beijos,
a urgência do abraço, a
sinceridade de um sorriso, o
afago de mãos cansadas
que buscam a cumplicidade
do afeto incontido.
Não importa o passado de
tuas memórias sofridas – cá tenho
também as minhas – pois em nós
há possibilidade de sol e lua,
vento e calmaria,
amor e saudade.