Entre vinhos...

O vinho que tua alma bebe

é de faltas, desencorpado, nulo.

Traz-me primeiro,

como sendo o único vinho envelhecido

e por teus anos de desamor bebido,

sem jamais te embriagar a fala.

Bêbado, o olhar te busca

nos arroubos do medo dos teus vícios,

fonte do teu ocre humor

e de tuas outras indizíveis pragas.

Mistura-te a ele e dilui tuas faltas

porque eu já não mais acho graça

em amar-te!