CADERNO
Faço-me hoje caderno
A esperar a tua escrita...
Pegues da pena, espero-te
Venhas escrever as minhas linhas!
Quero meus traçados fervilhando amor
Minhas linhas e entrelinhas preenchidas!
Nas letras emite teus sons...
Na minha vida sejas a escrita!
Mas cuidado com a tua pena...
Estás diante de um sonhador caderno
Que tem bordas douradas.
Não o trates como bloco de rascunho!
Escreva indecências, nunca inconveniências...
Sobre o sexo escrevas tuas mais loucas fantasias
Só não deixes nunca escapar tuas aventuras...
O caderno imediatamente se fecharia!
Leve-o nas mãos, junto a teu peito
Jamais o deixe jogado!
Um caderno como eu
É fácil de ser roubado!
Como um mágico caderno...
Terei folhas infinitas...
Só tu podes definir
Quanto durará a tua escrita!
Não precisas ser poeta...
Podes até ser um vagabundo...
Desde que saibas as palavras certas...
Terás deste caderno os seus frutos!
Santo André, 23.09.05 – 16:10 h