Às voltas com Quintana
Vai poeta, voa nos versos recitados em prosa,
voa pássaro na paz que tinge meu céu de azul,
ao ver as tranças que seu mundo serpenteia
canta o menino na teia que tece seu destino
desenhando a dança no corpo criança de Thereza.
Conta dos sapos coloridos que enfeitam seu jardim
ou do cágado que dorme no seu poço sem fim,
fala-me da flor que enfeita o chapéu,
das lembranças que marcam no todo seu sim,
do cheiro dos anjos que enfeitam seu céu.
Canta poeta as brincadeiras de Lili,
das caretas e folias das crianças que não conheci,
lembra do amigo que se foi sem avisar,
das comidas preferidas, a mesa, a família
e da verdade do rio que sempre é outro rio a passar.
Conta-me da janela que abrigou seus sapatos,
dos céus que viram no descanso que lhes deu,
cante a canção que nunca foi escrita
a noite alta ou os ventos da tarde de verão,
voa poeta, nesse mundo de sonhos que sempre será seu.
14/05/2006