Moi
Abraçando as causas e os porquês me deparo com o esmorecer que insiste em se abater
Sobre mim que sou tão forte e generosa e sempre sorrio ao anoitecer de sombras escuras
De sonho vou vivendo a enrubescer quando recordo das noites longas e mal dormidas
A reaparecer sozinha ou acompanhada nos sonhos torno a empalidecer complexa e atormentada
No apanhado claro do cotidiano atribulado me ponho a correr para assumir uma posição enfadonha
Absurda, verdade que insiste em tecer outras verdades cálidas para não perder
Chego a enlouquecer na busca das respostas que persistem em desaparecer simplesmente
No emaranhado sutil que me impede de compreender o motivo de tanto querer
Insistir e deixar fazer surgir um sentimento repugnante e débil que não cessa ou faz padecer
A dor que motiva qualquer ato brusco com intuito de reaparecer
Sem mais nem menos tento rimas fazer para não chorar ou enternecer ao lembrar que sou feita de alma, fogo, sol, vida e vermelho
E sem sentido vou no tranco e perco a prosa pra continuar inutilmente a me mover
Presa naquilo que separa os pólos, a verdade e o inverossímil, que me faz perceber que não tomo rumo pra tentar evitar mais um desespero de perder
De ver partir aquilo ou aquele que teve tanta importância quanto respirar
E assumo envergonhada que o poema endureceu mas só agora percebo que ainda tento escrever para defender o sentido de algo que me fez ver que cada dia estou mais próxima e mais distante daquilo que vim fazer
Nessa vida sem tom ou cores rubras continuo a me manter optando pela alegria em que nem sempre pude crer
Carente da minha inocência quero acreditar, tola, que um dia pode reacender a chama indolor que me fez ter
Fé nalgo que só me faria sofrer
No dia em que acordei completa ao ver ali ao meu lado o tudo e o nada que fez eu me envaidecer mas nunca teve direito de merecer
O melhor de mim que não pude esconder
Por força da necessidade fiz aparecer a alegria de viver junto de quem nunca pode ou queria, na realidade, se comover