CRISTÃO E AMARGO PECADO...
Deixei-me levar por ti à tentação
Pois vi teu corpo lindo e escultural
Meus olhos nas frestas do forrão
Menino encantado e anormal
Vislumbrar os teus contornos
Te dar adornos
Ensandecido do pesadelo ferrenho
Das fantasias que ainda te empenho
Por você mulher
Entregaria a alma ao instante
E preso contigo em cela
Aceitaria ser apenas amante
Desejava crescer tão logo pudesse
Sucumbir as lembranças do passado insistente
E a ti ofertar, se quisesse
Um amor, do homem à tua frente
Hoje, me sinto ainda carente
E nas ruas daquele bairro
Anseio te ver passar
De rara beleza, e olhar prudente
Desarma o pobre menino
Que aquele amor desatino
Não pode a ti confessar
A morte é mesmo assim
Leva loucos, leva sãs
Faz retornar novos rostos
Traz você perto de mim
É tristeza, é solidão
É agonia sem fim
É mando da amargura
Consome o excesso e a luxúria
Transporta almas afins
É estrada milenar
Vida dispersa no ar
A morte é mesmo assim
Nem rastro, nem mesmo pegadas
Donde se foram então?
Só vultos, almas penadas
Só frieza e solidão
A morte é mesmo assim
Não trás sorte e nem perdão
Mas a morte não é o fim