Oceano de amor...
O que ontem eu fui, nada disso mais sou.
Se lutei com gigantes, faço hoje tal rio:
Contorno as pedras e vou, água mansa,
Com carinho e brandura beijando as margens
E passando adiante, sem ser o que fui...
Guardo da vida apenas lembranças
Que jamais me serão as desesperanças...
Sonho, um dia, ir breve pro mar...
Dormirei no remanso das praias serenas
E no grande oceano, eu não mais serei...
Quero o repouso e o destino das águas
Que, em praias de areia, beijam-te os pés...
E quando adentrares nas águas do mar
Hás de possuir-me com carinho voraz
E eu serei tua sem que nem percebas...
E quando te fores, levarás na lembrança
O murmúrio das ondas qual doce esperança...
E serei eu cantando mui doce pra ti...
E quando voltares, não sei se estarei...
Mas é certo que onde estiver levarei
A saudade do beijo que ao penetrares te dei...