A chuva

Via a chuva caindo, com olhos inertes

Numa tristeza singela e pura.

Resquícios de amor e sonhos repletos,

De olhares trocados em inocente candura.

Não sei se é o tempo que chora,

Ou apenas o vejo com esta feição.

A culpá-lo pela minha dor de agora,

Fruto de um vazio do meu coração.

O fim do amor é coisa da vida,

Verbos tolos são respostas à dor.

Buscando na chuva a lágrima contida,

Caindo no chão o suspiro de amor.

Mas a tristeza somente é bela

Enquanto a chuva chora seu pranto,

Posto que o sol traz uma nova promessa

De um novo amor e todo seu encanto.

Sabedor de que a chuva não tem o condão

De tornar-me triste uma vida inteira,

Boto no prumo o meu coração

E sigo na busca do amor verdadeiro.