Soneto de Camões para

Soneto 25 de Luis de Camões

Quem vê, Senhora, claro e manifesto

O lindo ser de vossos olhos belos,

Se não perder a vista só de vê-los,

Já não paga o que deve a vosso gesto.

Este me parecia preço honesto;

Mas eu, por de vantagem merecê-los,

Dei mais a vida e alma por querê-los,

Donde já me não fica mais de resto.

Assim que a vida e alma e esperança,

E tudo quanto tenho, tudo é vosso,

E o proveito disso eu só o levo.

Porque é tamanha bem-aventurança

O dar-vos quanto tenho e quanto posso,

Que quanto mais vos pago, mais vos devo.

!Camões)

Alberto Carvalheiras
Enviado por Alberto Carvalheiras em 26/07/2009
Reeditado em 07/11/2011
Código do texto: T1720283