Poeiras da saudade
Quando paro em frente a esta porteira
Avermelhada pela poeira da estrada
Meu coração bate fora do compasso
Dentro do peito vai dando martelada
Olho o caminho ladeado de pinheiros
Que vai até a casinha lá no pé da serra
É tão pequenina... E tão cheia de vida
Que se destaca no vermelhão da terra
Muitas vezes eu fico ali por um tempo
Pra admirar aquele recanto de paz
Sem coragem pra seguir minha viagem
E por deixar tanta beleza pra trás
O sol já está alto, já e hora da partida.
Ainda tenho pela frente muito chão
Eu piso fundo acelerando meu bruto
Que vai gemendo devorando o estradão
No meu retrovisor vou vendo lá atrás
Quanta poeira eu vou levantando
Aquela poeira são as, poeiras da saudade.
Da morena que ficou me esperando
Naquela casinha ali no pé da serra
Ela sabe que eu vou chegar à tardinha
Eu faço de tudo e até pego uma carona
Eu só não deixo ela, ficar sozinha.
Pelotas: 26 / 07 / 2009