O mar não está para peixe...

Era um dia desses em que você só corre e corre,
como se o tempo nem mais existisse para nada.
Pelo menos se ainda  sobrasse algum para nós,

para que eu  pudesse seguir olhando teus olhos,
esses mesmos que me questionam a toda hora,
e que invariavelmente me despertam a paixão,

e que me levam sempre e sempre a esse querer
mais e mais...mesmo nessa distância de nós dois,
e  mesmo  quando  você  se  envergonha de mim,

ao se esconder dentro de sua própria conchinha,
eu me reduzo  ao mínimo denominador comum,
para que você não se  enrubesça de meu excesso,

porque  sei que apesar de você ser deslumbrante,
ainda assim,  teu relógio interior está despertando,
e esse teu desejo que eu queria logo..tarda e tarda,

e no final nem vem, porque teu coração é realista,
não se conformando com um sonho de quimeras,
e de vazios amplos onde num corpo o tocar é ilusão,

essa mesma que você nem se permite comprovar,
porque antes de tudo esses teus olhos me olhando,
são como pérolas raras que flutuam em meu ser.

Ah...e você me pede sempre que esteja bem
perto
e então eu venho te ver, te olhar...te
admirar e amar,
mas você quer sempre saber de tudo curiosa
que é.

E de repente, quando me viro para você te querendo,
você diz que não sabe mesmo o que está
acontecendo
porque foi invadida por outras vontades e interesses.

Então...começo a me afastar desse teu corpo de hoje,
porque não percebo mais nele nem sequer um arrepio,
que antes era tão comum e que logo arrepiava a mim,

fazendo-me  crer que você não era apenas  uma mulher
mas aquela que trazia no colo toda a paixão escondida,
para que eu descobrisse como você era
encantadora !

Sim...você não sabe o que está acontecendo, nem eu.
Então desço as escadas e vou caminhando para o mar,
para essa praia de areias finas, e de águas bem azuis.

Você ficou lá trás...no teu universo de total indiferença.
Nisso...uma gaivota passa baixo, bem rente, logo ali...
Ela sobe...paira no ar batendo as asas...só observando.

E logo...desce como uma flecha perfurando as águas.
Segundos tardam...apenas segundos..e ela volta feliz,
porque tem o seu peixe bem preso em seu bico forte.

E então me ocorre pensar...que nem sempre ela acerta,
e o peixe pode então seguir seu destino de peixe livre.
Hum...sim...se eu fosse gaivota, teria de me conformar.

Porque hoje eu iria ficar sem nenhum peixe desse mar,
e me sentiria como um Hemingway...e seu grande peixe,
que nunca chegou a ser dele...mas apenas de tubarões.

Hum...Acho que não tenho mesmo esse dom da pesca.
Há sempre muitos tubarões rondando...uiii....uiiii....
Hum...hoje eu teria perdido um peixe...sim...teria sim...

Um tubarão o teria comido...com certeza...claro !!!
Além disso... é lua nova...e nem está para peixe...


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Poesia que fiz em 24-07-09 às 23.20 h em SP
Lua nova – chove fino e direto – frio de 13 graus.
Beijos e abraços para você...Boa sexta... [love]
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