Amor real
Depositei meus sonhos em um rio,
nas gotas da chuva gravei meu nome junto ao seu,
varremos a cidade libertando o tempo que a vida prendeu
nas águas que correm o corpo sem saber se é quente ou frio.
A mente voa pelas letras da palavra amor,
crio mundos, fantasio, dou cor ao céu da boca que beijo,
paro imóvel pelas praças dos grandes centros
esperando entre concretos pelo nascer do sol que trará a flor.
Um céu, uma estrela, várias luas a esperar pelo sol,
na rua, apenas o silêncio a soprar o vento que canta o corpo
e nessa serenata, navegando novos mares em busca de único porto,
somos náufragos na ilusão que desenha o amor na luz que brilha o farol.
Acordo vestindo seu corpo na manhã que o inverno me traz,
desligo o relógio, fecho janelas, portas, deixando o mundo lá fora,
volto a sonhar o rio, as praças, os mares, a chuva que leva os medos,
deito amante na cama navegante ancorada no porto onde segura me faz.
25/05/2006