SEARA
Arrancaste da terra de minha tela, a amargura.
Sombra de sangue da silente frialdade,
Fragrante realidade da serpente fremente
Que mata, magna, a maça da mocidade.
Semeaste na terra de minha tela, a ternura
Que cresce à luz de tua obscura claridade.
Criterioso prisma preso no presente
De tenras faces, túneis e tempestades.
Colherás, então, da tua pintura,
As doces delícias da delicada deidade
Que aguarda a seara ansiosamente
E sedenta espera com solenidade.
>>KCOS<<