A FILHA DO LIRISMO - Retrô
Um dia perguntou-me a noite: "Por onde anda o teu amor?"
"A cada estrela eu dei um brilho, mas lá no céu eu já não mais a vi";
Um tanto menos clarificado, sem ela o anoitecer de fato protestou;
Pois não sabia que de lá a retirei, porque seu brilho agora reside aqui!
Aqui, na calmaria que cedeu lugar ao transe eruptivo;
Onde ela passa, e vai deixando a levitar nos ares, perfumes de jasmim;
Aqui, após o toque de suas mãos, brotam verdejantes lírios;
O céu da minha estrela mudou-se do infinito, para habitar em mim!
Então por que pergunta a linda noite por onde anda o meu amor?
Por que não investiga o testemunho do amanhecer?
Se o sol e as estrelas já não conseguem reproduzir igual resplendor;
É que ausentou-se a filha do lirismo, por optar abrilhantar meu ser!
Meu ser, que já não cabe mais em mim;
Já mergulhou profundo e foi morar nas águas dessa meiga essência;
Agora põe-se a velejar no mar de um bem querer sem fim;
E assim, a cada beijo teu, faz-me sorver de tua lírica existência!!
"Ninguém tal como ela sem toque algum já me tocou"