A FILHA DO LIRISMO - Retrô

Um dia perguntou-me a noite: "Por onde anda o teu amor?"

"A cada estrela eu dei um brilho, mas lá no céu eu já não mais a vi";

Um tanto menos clarificado, sem ela o anoitecer de fato protestou;

Pois não sabia que de lá a retirei, porque seu brilho agora reside aqui!

Aqui, na calmaria que cedeu lugar ao transe eruptivo;

Onde ela passa, e vai deixando a levitar nos ares, perfumes de jasmim;

Aqui, após o toque de suas mãos, brotam verdejantes lírios;

O céu da minha estrela mudou-se do infinito, para habitar em mim!

Então por que pergunta a linda noite por onde anda o meu amor?

Por que não investiga o testemunho do amanhecer?

Se o sol e as estrelas já não conseguem reproduzir igual resplendor;

É que ausentou-se a filha do lirismo, por optar abrilhantar meu ser!

Meu ser, que já não cabe mais em mim;

Já mergulhou profundo e foi morar nas águas dessa meiga essência;

Agora põe-se a velejar no mar de um bem querer sem fim;

E assim, a cada beijo teu, faz-me sorver de tua lírica existência!!

"Ninguém tal como ela sem toque algum já me tocou"

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 23/07/2009
Código do texto: T1715282
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