QUANDO AMA UM CORAÇÃO? - Retrô
No dia em que desiste da batalha contra o reconhecimento;
E se recolhe ao indizível fervor que lhe apraz;
No dia em que se curva às lágrimas que lhe trazem tormento;
Quando a sós consigo mesmo já não consegue obter paz!
Todas as vezes que nega tudo quanto roga o seu silêncio;
A cada acelerado batimento, que lhe foge à administração;
Quando uma específica imagem, fortemente lhe furta o senso;
Quando de febre ele arde e se declara inimigo da razão!
No instante em que ensurdece, para a lógica que lhe opõe;
Em meio ao perigo, que fútil se torna, ante a sua diligência;
Quando decreta como certos os favorecimentos que supõe;
Quando a vontade de voar é bem maior que a sua paciência!
Jamais se torna cego, mas só um horizonte ele avista;
Não se torna louco, mas reformula a seu favor os seus conceitos;
Quando sente fome, de um único item preenche sua lista;
Quando sente frio, só consegue aquentar-se em precisos seios!
Não adianta lhe contradizer, será inútil lhe aconselhar;
Ele só consegue se descobrir quando se esconde em outro ser;
É impossível desperceber um coração que se acha a amar;
É impossível sem amor obrigá-lo a ter vontade de viver!!
"E o seu? Está amando?"