NAMORO VIRTUAL
Serenamente e de uma forma tão real
e discreta, chegamos sem que nos víssemos
simplesmente nos entendemos e nos
entregamos sem um diálogo tête-à-tête.
Trocamos olhares, fizemos perguntas por pensamentos,
gestos indicativos de aprovação e acabamos despertando
de um sono profundo e nos agasalhamos com
a alegria do conhecimento virtual.
De longe senti o teu sorrir triste é verdade, mas
com gestos delicados como naturalmente senti a tua
desconfiança, em querer saber dessa aproximação.
Aproximação teve início
pelas trocas de correspondências informais,
aquelas que normalmente se fazem, mas, de repente, uma
figura animada contendo beijos diferentes.
Pronto, foi o que faltava, até deu a impressão
que éramos fãs da mesma forma de beijar,
onde os lábios são mordidos e a língua não
aquieta-se em seu lugar.
Mas que pena, nos tornamos namorados
e nos acenamos de tão longe, quase sempre
sentimos beijos por telepatia, como
gostaria de conhecer a arte da magia...
Por conhecimento, namoro virtual nunca deu
certo, pode até ter coincidência em tudo, pode-se
até chegar as raias da paixão, contudo
existe um fator preponderante, a autoritária
distância que não permite uma aproximação, e o que
mal começou, desfralda-se em um lacônico terminar...
Assim, o namoro virtual é o mesmo que
sentir o perfume de uma flor,
sem contemplá-la...