NAMORO VIRTUAL

Serenamente e de uma forma tão real

e discreta, chegamos sem que nos víssemos

simplesmente nos entendemos e nos

entregamos sem um diálogo tête-à-tête.

Trocamos olhares, fizemos perguntas por pensamentos,

gestos indicativos de aprovação e acabamos despertando

de um sono profundo e nos agasalhamos com

a alegria do conhecimento virtual.

De longe senti o teu sorrir triste é verdade, mas

com gestos delicados como naturalmente senti a tua

desconfiança, em querer saber dessa aproximação.

Aproximação teve início

pelas trocas de correspondências informais,

aquelas que normalmente se fazem, mas, de repente, uma

figura animada contendo beijos diferentes.

Pronto, foi o que faltava, até deu a impressão

que éramos fãs da mesma forma de beijar,

onde os lábios são mordidos e a língua não

aquieta-se em seu lugar.

Mas que pena, nos tornamos namorados

e nos acenamos de tão longe, quase sempre

sentimos beijos por telepatia, como

gostaria de conhecer a arte da magia...

Por conhecimento, namoro virtual nunca deu

certo, pode até ter coincidência em tudo, pode-se

até chegar as raias da paixão, contudo

existe um fator preponderante, a autoritária

distância que não permite uma aproximação, e o que

mal começou, desfralda-se em um lacônico terminar...

Assim, o namoro virtual é o mesmo que

sentir o perfume de uma flor,

sem contemplá-la...



Wil
Enviado por Wil em 21/07/2009
Código do texto: T1712269