Insensatez de um amor
Gosto de te ver assim,
silencioso e quieto, quase que distante
construindo sonhos onde sopra o vento,
ocultando coisas nesse pensamento
que tão longe, às vezes, te leva de mim.
Gosto desse teu sorriso
que brinca comigo quando arde a chama
que em teus doces beijos o meu peito inflama
e perco o juízo por um mero instante,
e agradeço a Deus por te querer assim.
Gosto quando estou contigo
num silêncio pleno que tanto me fala
em coisas pequenas desse teu espaço
que juntam no peito, pedaço a pedaço,
o meu coração, de amores perdido.
Nestes olhos cegos de amor, que te olham,
quando, em meus braços, dormes brandamente,
cria-se o limite entre o amor incoerente
e a razão imposta a meus sentimentos.
E me invade a dúvida se te amo ou quero,
pois te amo em tudo quando estás presente
e mesmo nas horas em que estás ausente,
em meu devaneio, tua ausência, venero.
Gabriela Faval
Serra Leste/29.12.98