Enigma

Nos instantes em que eu mais desejei, esperei sem pressa a noite fria chegar, pelos cantos dos teus lábios, abraçando com ânsia todo o meu corpo.

É insano e sagrado o alento que nos aproxima... sem medo do fracasso, imerso na intensidade.

Não há mistério que se esconda no meu riso, ou que fique tão oculto, por trás de uma porta entreaberta.

Involuntária aparição da força secreta e única... o pecado e o êxtase, as vítimas da amabilidade.

Esboçando os prazeres dentro de ti, com travesseiros alojados à cabeça, repousa o teu sono no meu espírito, pra onde vão os nossos pensamentos.

Simplifica e vivifica o bem, terno e importante... remedia e sensibiliza se mostrando a perfeição.

Eu simplesmente gosto do teu jeito e imagino beijos que se prolongam sem contar... paro e observo seu rosto que me parece tão familiar, espelhando na alma o gosto de tê-la, amaciando entre carícias sem abreviar.

Assim, eu acho que já te conheço há mais de mil anos, não sei de onde ou de algum lugar eterno, bailando na cadência dos nossos corpos, é verdade... sussurros proclamam o meu nome, rolando na simetria de quem sempre ama.

Momento tão adorado por nós dois, amado e constante... investiga o inusitado e nos alcança na paixão.

Um amor quão verdadeiro, beleza que conduz... dois amantes numa jornada, cegos na ternura.

Obsessão que se refaz em desejo e na pura luz... demonstra o indivisível e nos oferta a candura.

Eu sinto que tenho a lua no céu da minha boca, no conforto e sabor dos prolongados beijos, perdidos entre nós dois nessa agonia de estarmos distantes.

A saudade que teimosa e passa a nos perseguir... nos afronta na aliança e se vê tão voluntariosa.

O enigma que ousamos decifrar e ao conseguir... sentimos a presença e o poder, aura majestosa.

Impulsos enérgicos duma bela e feliz melodia, nos arranjos da prosperidade, contigo... eu vou ficar.

O fundamento que comove na dor e na alegria... manifesta-se imenso e subliminar neste coração.

O atrevido e ator instigante e, sugere a euforia... duela com o tempo, se julga o senhor da razão.

Um navegante que na sorte instiga a felicidade... movimento uniforme e mágico, o puro destemor.

Revolucionário instante e se vale da amenidade... no afã de nos acalentar nos braços deste amor.

Aramis
Enviado por Aramis em 21/07/2009
Código do texto: T1711037