Asas partidas

Se eu usasse todas as palavras

que conheço não saberia descrever

o que agora sinto.

Porque o que sinto rasga o meu

peito feito um corte de lâmina afiada.

As palavras que bebi de seus

lábios magoaram não só

a alma, mas o corpo que

noites antes fora seu.

Um corpo que havia sido

guardado por tanto tempo

à espera de alguém que me fosse especial.

Me zanguei um pouco com

Deus, mas logo em seguida pedi perdão.

Ouvi as desculpas que você me

pediu e o silêncio das

palavras não ditas.

Você é o prisioneiro do tempo

que passou e não busca a liberdade.

Acostumou-se com a prisão e

não sabe mais voar.

Dei-lhe uma tentativa de

liberdade, ofereci-lhe as

chaves da porta trancada.

Você não se deixou aproximar.

Doei a você a minha alma

que fora jogada aos seus

pés e depois desfeita.

Lamento que você não tenha

querido as asas que lhe dei

para que tentasse novamente voar.

E assim recolho meu sentimento

rasgado dentro do peito

e magoado no tempo.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 20/07/2009
Código do texto: T1709858
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