Asas partidas
Se eu usasse todas as palavras
que conheço não saberia descrever
o que agora sinto.
Porque o que sinto rasga o meu
peito feito um corte de lâmina afiada.
As palavras que bebi de seus
lábios magoaram não só
a alma, mas o corpo que
noites antes fora seu.
Um corpo que havia sido
guardado por tanto tempo
à espera de alguém que me fosse especial.
Me zanguei um pouco com
Deus, mas logo em seguida pedi perdão.
Ouvi as desculpas que você me
pediu e o silêncio das
palavras não ditas.
Você é o prisioneiro do tempo
que passou e não busca a liberdade.
Acostumou-se com a prisão e
não sabe mais voar.
Dei-lhe uma tentativa de
liberdade, ofereci-lhe as
chaves da porta trancada.
Você não se deixou aproximar.
Doei a você a minha alma
que fora jogada aos seus
pés e depois desfeita.
Lamento que você não tenha
querido as asas que lhe dei
para que tentasse novamente voar.
E assim recolho meu sentimento
rasgado dentro do peito
e magoado no tempo.