Carta poema
Você diz não querer me magoar ou
brincar com os meus sentimentos.
Confesso não entender tais palavras,
pois às vezes magoamos alguém
apenas por não assumirmos
uma posição diante de um fato.
Sei como os amores começam
e onde terminam.
Sou toda emoção de sensibilidade
aflita que não consegue pôr
freios à ansiedade que sente.
É como se o tempo que me resta
fosse pouco e eu tivesse que
aproveitá-lo intensa e rapidamente.
Isso que agora escrevo não é
um poema, é o desabafo de um
coração solitário que habita
um peito ferido e como tal abandonado.
Aqui estou lutando para não usar
o telefone, brigando com o meu
desejo de ouvir a sua voz.
Eu escrevo tão bem, sei traduzir
com perfeição o que a minha alma
diz, não consigo fazer com que
você me tenha amor.
Restam-me nesse contexto apenas
as lágrimas que sutilmente beijam
meus olhos em visita constante.
Nada posso fazer de um amor
que não encontra refúgio no
peito do ser amado.
Não separe, pois o eu-lírico de mim
como pessoa.
Saiba que utilizo o eu-poético
para dizer que ando apaixonada
por você...