ACALENTO
Lavro as paredes do coração
com a alvura e a pureza.
Uma afinada sinfonia irrompe
a sala da minha reflexão.
Sussurro os mais profundos contornos
que cabem em meu existir.
Há uma pequena paragem entre
os instantes e os lamentos.
Bombeia, bombeia o coração
e se consterna com a aflição,
com o austero e recluso isolamento
que se impõe à consumição.
Sinto, outra vez, com suspiroso alívio,
a candura sublime de tuas mãos.
Elas me fazem sentir novamente viva
e me acalentam o pobre coração.
São Paulo, 14 de julho de 2009.