Platónicos

Há...se fosse fácil decifrar

As peripécias escondidas no castanho dos teus olhos

É certo. Eu não estaria aqui

Já que não existe nada tão importante o quanto ... para escrever

As pobres crenças dos filósofos

Que sonham com a utópica perfeição

Já não são tão perfeitas assim

A fome dos poderosos

E a depressiva riqueza dos anais de Brasília

Já não perco meu tempo procurando mensagens subliminares no horário eleitoral

Os socialistas

Capitalizados pela vida

As formiguinhas das grandes cidades do mundo

Que engolem com a fumaça das fabricas

Um sonho louco em alguma ilhasinha da América central

Já não leio meus velhos livros de Max.

Nem ligo para as novas noticias do New York Times.

As guerras ... o futebol

O domingo

Meus poucos dias de sol

A peste, a pobreza , a ignorância e a fome

As lágrimas..O sangue e o suor

A lua e todas as estrelas

Os mistérios escondidos entre inferno terra e céu

Tudo isso é nada.

Todo saber é nada

A biblioteca de Alexandria

O passado, presente e futuro

O que a historia não conta

Os versos perdidos da lírica

Os enigmas de Deus

Tudo

É nada

Perto do que você me trás

E eu já não sei se é como fogo

Que aquece e queima a pele

Eu já não sei se é como gelo. Frio , duro e cruel

Eu já não sei se é como dor

O que sinto?!

E seria menos cruel se sangrasse!

Mas pelo que vejo algo tão egoísta

Não seria piedoso com um sofredor

Essa é a dádiva..Essa é a chave

O mistério Meu amor

Ser ferido Conhecer seu inimigo

E não guardar rancor.

Otávio Otto
Enviado por Otávio Otto em 19/07/2009
Reeditado em 16/10/2011
Código do texto: T1708049
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