Amo-te

O teu amor não é
o fogo crepitante
e ardente da paixão,
mas a brisa refrescante
que visita o crepúsculo
nos finais de tarde.
Não tem a fascinação poderosa
dos raios solares do intenso verão,
mas tem o convite aos sonhos
das delicadas estrelas do céu de outono.
Não se expressa
pelas palavras de sedução
proferidas pelos lábios,
mas é confissão silenciosa
dos seus profundos e penetrantes olhos.
Vai além da figura da beleza clássica,
pois esta emana também de tua alma.
És bela antes mesmo de ser bonita,
és formosa na tua lapidada singeleza.
Tua força está em tua delicadeza,
mestra a me ensinar
as trilhas dos sentimentos.
És o alento que serena
a impulsividade guerreira
de meu coração,
és promessa de paz.
Teu encanto está além
da beleza agressiva da rosa,
pois tem a graça das flores tímidas.
Teu pudor não expressa vergonha,
mas a pureza das intenções
da franqueza de teu coração.
É por isso que não me arrebatas
pelo belo desenho de teu rosto,
mas pela expressão de tua face.
Se te defendes na falsa indiferença
é porque sabes que não me possuis,
mas de fato me tens.

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 18/07/2009
Reeditado em 12/08/2009
Código do texto: T1706795
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