DESPOEMA
Não dou porradas...
Atiro flores!
Joguei flores
Pela minha janela
e as vi despedaçarem-se
sobre palavrões
pixados nos muros.
Joguei flores
pela minha janela
e as vi
cravadas em bandeiras ianques.
Joguei flores
pela minha janela,
e as vi
transformarem-se
num carrossel de dúvidas:
- Não sei se digo EU TE AMO,
ou se saio nu,
desprovido de aromas.
Não sei se levanto
minha bandeira branca
coberta de flores,
ou se pixo palavrões
sobre causas alheias.
Não sei se faço DESPOEMAS,
ou se copio Leminski
e digo que
descobri o Brasil!
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