Solidão derramada
Esses poetas loucos
Que dizem ser loucos e não poetas
Essas bichas assanhadas que se beijam numa rum movimentada
Esses carneiros perdidos num sol das manhãs de sal
Num pergaminho de saudades maturadas
Procura-se um belo morno deleite de um dia pequeno
Num espaldar de mar adiantado
Se esvai um sonho
Que nina um tempo apertado
E diante do som caido no chao da noite
A morte espreita um sorriso amedrontado
De uma crianca encardida de sépios dias acordados
E assim vou de pedal ao paraiso de um norte morrido
De um dia esquecido
De uma noite ainda umedecido
Num quarto assombrado
Morre morre morre
Amor louco incoerente
De solidão empacada