Alma e lágrimas
Tenho a alma dos poetas que choram
dores de amores vividos na
essência de passados momentos
aflorados no peito sofrido.
A febre do desejo que cobre meu
corpo renasce do toque de
suas mãos que deslizam suaves
e cheias de volúpia.
Caem de meus lábios palavras
melodiosas que não consigo
decifrar para você.
Se o coração que bate no
peito ainda fosse meu eu diria
o que é estar amando
o desconhecido e absorto olhar
que vejo mergulhar nos meus.
E o pensamento vagueia
perdido sem dono em um mundo
que não é meu, na vida
que é somente sua.
Procuro o sentido exato da angústia
que fere e da lágrima que passeia
perdida em meu rosto.
Tenho receio da certeza que
insiste em se fazer presente
em meio às dúvidas de sempre.
E pergunto a você o que faço
do tempo e do sentimento
que rasga o peito dilacerando
a alma já sacrificada.