Ainda há tempo
Ainda há tempo para o amor
magoado de outrora.
Quando me deito ao lado seu
e sinto o toque suave de mãos
a percorrer a face é como
se ainda houvesse tempo.
Sei de dores que me marcaram
a alma e sangraram fundo
o coração que hoje bate
descompassado por você.
Ainda há tempo para eu
estar leve e livre em seus
braços, aconchegada em
seu peito quente e macio.
Ainda preservo intacta a
alma e o corpo que agora
é seu refugia-se dentro de
você feito a ave em seu ninho.
Busco palavras que traduzam
a realidade de um sonho
que vivo e dele me
recuso a despertar.
Ainda há tempo de eu ser
o que não fui, viver o
que não vivi, amar o
que sempre busquei.
Ainda há tempo de estar
somente ao seu lado,
beijando sua boca ou
simplesmente me perdendo
dentro das águas
de seus olhos.
Ainda há tempo para
dizer que desejo tanto
você e que a minha
alma se abre por
inteiro e joga-se aos seus pés.