Um sorriso velho, uma careta nova

Um sorriso

De idéia curta e sonolenta

Trás consigo a vaga turva

E entre os deuses vai se esconder...

– Ah se eu pudesse te ver!

E saibas que não tenho mais medo

De careta!

Que certa hoje de minha fraqueza

Vi muito mais do que fiz... E fiz...

Com minha jovem certeza

De quem só quis ver entre os novos

O sorriso fácil do amor em beleza.

Então não torças mais a face para mim

Em virtude de gosto e riqueza.

Pois se abro o riso alegre pra ti

É por que um dia tu foste todo o sorriso

De mim...

– E assim foi? E eu me traí!

Escreveria-te assim

Uma Odisséia inteira de mim,

Pois foi uma luta voltar para casa sem ti...

Mas não digo mais que a memória enegrece

Como quem cresce e por isso se esquece

Do medo que um dia teve do escuro.

Silvana Bronze
Enviado por Silvana Bronze em 16/07/2009
Reeditado em 25/07/2009
Código do texto: T1703203