Um sorriso velho, uma careta nova
Um sorriso
De idéia curta e sonolenta
Trás consigo a vaga turva
E entre os deuses vai se esconder...
– Ah se eu pudesse te ver!
E saibas que não tenho mais medo
De careta!
Que certa hoje de minha fraqueza
Vi muito mais do que fiz... E fiz...
Com minha jovem certeza
De quem só quis ver entre os novos
O sorriso fácil do amor em beleza.
Então não torças mais a face para mim
Em virtude de gosto e riqueza.
Pois se abro o riso alegre pra ti
É por que um dia tu foste todo o sorriso
De mim...
– E assim foi? E eu me traí!
Escreveria-te assim
Uma Odisséia inteira de mim,
Pois foi uma luta voltar para casa sem ti...
Mas não digo mais que a memória enegrece
Como quem cresce e por isso se esquece
Do medo que um dia teve do escuro.