Amargo beijo
Pela casa caminho
Esperando a eterna noite deitar-se
Esperando o radiante sol sombrear minha janela
Uma sombra quente, sem saber o que me esperas.
Me esperas durante o dia
O beijo de minha até então amada
Todos os beijos, sempre dóceis e satisfatórios
Que me enchera de encanto
Por longos anos de minha sórdida estadia nessa superfície.
Quando a – beijei, percebera algo indócil
Beijara-me com tanto nojo e desprezo
Que me surpreendera tanta ingratidão
Ingratidão dos anos que a dediquei
Meus dóceis e maciços beijos.
Sempre a beijei com tanto carinho e zelo
Não entendo o porquê do beijo amargurado
Coragem não tive para perguntar-lhe
Mais nem por isso, deixei de pensar
O horripilante e intragável beijo
Que acabaras de me dar.
Anderson Ramos Prazeres