Os e-mails: mensageiros do amor...
É estranha esta correspondência virtual...
Este vai e vem pelo espaço sideral...
A instantaneidade é hoje tão normal
Tudo parece natural neste mundo finito...
E o Infinito parece mais palpável e real...
Fazem-se amigos que jamais vimos o rosto
A não ser nas fotos do Orkut ou do Recanto;
Este mistério dá um profundo gosto
Àqueles que amam a magia e o encanto...
“Pensará em mim?... Lerá o que escrevo?...”
“Entenderá que para ele são meus cantos”?
(En)cantos de luas que se extinguem e renascem
Num espaço que é todo virtual e também canta?...
A ferramenta mágica é hoje
Imprescindível... (Ela é nossa ou nós lhe pertencemos?...)
Trabalho, informação, tudo é preciso
Mas para mim valor maior não há
Do aproximar, cortar distâncias...
Bell teria imaginado
Que, do seu telefone em evolução
Teríamos imagens instantâneas,
Falando e respondendo em tradução?...
Mas não é disso que quero falar...
Não é momento de filosofar...
Quero falar é do gosto da ansiedade,
De procurar e-mails que não vem
Ou vem em profusão...
Quero falar das mágicas mensagens
Que despertam o coração...
Dos beijos enviados que se sente
Pertinho, ao alcance de uma mão...
É a voz que se ouve, é o som, imagem,
São carinhos que se fazem de miragens
Que não são reais, mas são!!!...
E quando se busca o que não vem,
Despenca o choro no teclado do aparelho
Que apanha as lágrimas, silencioso e mudo
E guarda seus segredos (meus e teus!)...
E quando se encontra o que se quer
É o bendito instrumento a enlouquecer
Pela alegria que nos dá...
Publicamos nossos sonhos, corajosos,
Sem saber quem os vai ler...
Desnudamo-nos ingenuamente
Confiantes
Nas possibilidades do que se contará...
Bem, meu amor, só sei
Que aqui te escrevo e que te descrevo
E que muitos podem se encaixar no teu perfil...
Mas apenas eu, e eu somente,
Sei a quem se dirigem minhas penas...
E tu saberás também...
Aos outros, a ilusão mente...
- Enganam-se...
Apenas...
Lamentavelmente...