PROVA DE AMOR - Retrô
Na propositura que te doei e que nunca cogitou qualquer disjunção;
No pão de nossas fomes, que se reparte em nosso miraculoso querer;
Nos meus braços eternamente abertos, legando-te terna redenção;
Na ressurreição de antigos sonhos, sob o limiar de meu condescender!
Nas iguarias que desfilam por meus beijos;
A locupletar todas as dispensas de teus apetites;
Na impossibilidade de te deixar ir ou na saudade onde te revejo;
Na concepção de que te devo muito aquém de meus limites!
No meu olhar que insistentemente te devora e nos laços indeléveis;
Na grafologia de meus escritos a denunciar tudo que te sinto;
No florir dos campos, que após teu caminhar, já não são estéreis;
Na ebulição metabólica, vendo o teu andar, a me deixar faminto!
Na equivocação da lógica, que se reinventa pra nos compreender;
Na contumácia com que destrono quaisquer barreiras a nos apartar;
Na honrosa percepção desse meu ser humilde, em ti se enaltecer;
Na mais completa impossibilidade de além de ti, me localizar!
Na singeleza afortunada das grandiosidades que te ofereço;
Na viagem que percorre teu coração e que não prevê desistência;
Na disposição de por todo o teu amor pagar qual seja o preço;
E no epílogo dos encantos, o meu amor comprova sua existência!