DUETA AMIGA

Uma vez amei alguém assim como agora te amo

E desse amor ficaram marcas sem fim

– doces lembranças que ainda me fazem sofrer

tanta saudade do passado morto.

Por vezes, meio a névoa dos erros e acertos,

Pensei que não mais acharia minha dueta

– A luz branca, a sombra par, qual alma gêmea,

Como fora a que me pôs no vau e se foi,

Me deixando à deriva, a sofrer qual náufrago.

Cheguei a pensar ser aquela a chance última.

Então a derradeira felicidade tinha passado de mim,

Sumindo na parda curtina da saudade,

Sem jamais voltar para distender meu sorriso bobo

Mal sabia das tais da felicidade,

Redundando percussão no peito,

Fazendo tamborilar o coração,

Tornando a vida um pouco ébria,

Mais febril, tão primaveril.

Descobri que a felicidade que se foi

Eu jamais a conhecera,

Ela jamais tinha passado por mim,

Fora somente um vento perfumado...

Essa felicidade:

Algo que eu jamais conhecera;

Um tanto estranha era,

que após tanto sofrer, ainda acharia no caminho

– o mesmo que os sonhadores palmilham ao castelo do sorrir

– Então conheceria a felicidade,

Onde jamais imaginara.

Descobri que a verdadeira felicidade ainda me sorriria,

Mas noutros lábios – os teus

– Mais vermelhos que os de outrora;

Bem mais doces que outros tantos;

Tão ardentes como o sol do verão.

Lábios de quem renovou as cores dos meus sonhos,

Virando a página do passado,

Que se foi.

Esse poema desconexo fiz pra ti – doce amada

– Nesses dias em que compartilho o dulçor do teu ser.

Que não passe os dias sem que eu te diga em versos

(testemunhas no futuro): “te amo e meu querer-te é eterno”,

Pois meu amor é verdade,

Do que estou bem certo.

Quero contigo compartilhar também meus sonhos,

Aqueles que iam ficando no esquecimento

– hás de conhecê-los também,

Porque o que sinto agora se chama felicidade.

Só penso em alegria.

Uma alegria desmedida que virá,

Quando então sorriremos,

Pois me és um bem;

Um presente de amor num coração.

És meu odres de ilusões reais;

O sonho verdadeiro,

Meu amor é teu.

Tu que, até tão pouco, eras só um sonho,

O és ainda, mas realizado e interminável.

Em ti e contigo realizo tantos outros dos meus sonhos,

– minha dueta, minha cúmplice e companheira,

Senhora da vida;

Sonhadora na existência e feliz na realidade.

Wilson Amaral

Wilson do Amaral Escritor
Enviado por Wilson do Amaral Escritor em 05/06/2006
Reeditado em 01/08/2006
Código do texto: T170022