Na hora em que no céu, o sol se distancia a oeste,
E as nuvens, deitam cores mudas ao leste,
 
Pássaros voltam ao ninho em bandos celestes,
Criando com rumores  e burburinhos, alegres flertes!
 
Na abóbada; deuses rabiscam o céu e cores desconhecidas,
Vibram harmonia, colorindo nuvens embevecidas,
 
O amor é neste instante, nos olhos e na alegria,
O esplendor de beleza que na face humana se advinha,
 
O mesmo amor que o apostolo do gentio,
Concluiu ser em parte, neste momento; no todo tem seu feitio;
 
Desconhecendo o artífice destes grandiosos labores,
Em uníssono, padecem os filhos degredados dos amores
 
Que vendo no céu, virtuosa alegoria,
Nominam com rompante, aquele que detém  a sabedoria,
 
E crêem amar, e amam!... O amor!  Ansiando subjugá-lo,
Desconhecendo a raiz;  tomam o fruto pelo sabor do regalo
 
E no encanto do encontro o amor é tido pronto,
Sugado, o doce do fruto, o amor é dado desencanto!
 
E a filha e o filho, desenlaçam corpos que nutridos pelo desejo
Fazem do beijo, o ultimo ato deste cortejo,
 
Iniciado na  paixão, encerrado na decepção,
Este;  amor! Enumerado em canções, adulterado na feição,
 
É o mesmo, que na natureza é ritmo e beleza,
E nos corações de filhos e filhas é rito de incerteza,
 
Na forja da dor, o amor inspira;
Ao filho e a filha, a busca que o transfira
 
Dos devaneios de Eros, a beleza do desapego
Mistério  d’almas que unidas no encontro, despem do ego
 
As roupas do temor, e veste as claridades deste mesmo amor
Que por si só, ainda que em rimas pobres,  permanece!... Amor
 
 
Olimpio de Roseh
Enviado por Olimpio de Roseh em 13/07/2009
Código do texto: T1698149
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