A FADA
Era uma vez uma tímida sombra a vagar
Despercebida, maltrapilha de valores
O sol lhe negava luz, perante ela emudecia o bramido do mar
Com ela somente conviviam seus próprios dissabores!
Era uma vez uma lágrima insípida e incolor
Que queimava a face pálida a lhe possuir
Sua diária presença era o agonizante batismo da dor
Seu projeto existencial era inexistir!
Era uma vez uma semente estéril, indigna de germinação
Seu toque mortificava o mais fecundo dos terrenos
Nenhuma flor, nenhum broto frutífero no coração
Nenhuma chuva para tornar seus soluços mais amenos!
Era uma vez uma fada, que transformou em sol a triste sombra
Que amparou aquela lágrima e sua vertência estancou
Quem viu a semente infeliz, vendo-lhe agora jardim, se assombra
Quem um dia me viu sem a fada, não acreditaria no que hoje sou!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
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