MUSA SUBLIME
Onde está a métrica que te possa mensurar?
Mostre-me o paradeiro da erudição que versaria à tua altura;
Que levedo misturar-se-ia ao desejo, a ponto de te realizar?
Quantas glicoses e sacaroses reunidas, igualariam tua doçura?
Que se apresente um fim de tarde mais lindo que o teu olhar;
Nem todas as Sereias e Iaras seduzem mais que teu sorriso;
Nem as brancas dunas de meu Maranhão suplantam teu encantar;
Teu corpo desnudo sob o luar é o mais poético paraíso!
Que os templos da fascinação recebam os altares de tua sublimidade;
Que a espada de Esparta dilacere todo pranto que te entristece;
Porque tu és o mito mais perfeito da mais irretocável realidade;
Porque a causa de meus efeitos no teu querer se enobrece!
Que a retórica se declare falida, por ser incapaz de te traduzir;
Que os mares banhados de sol se julguem menores que o teu fascinar;
Que os tempos e os destinos jamais se atrevam a deter teu sorrir;
E meu coração se declare vencido pela impossibilidade de não te amar!