MIRAGEM

Nada é o que parece ser
Nem estas poesias
Pois o amor caminha em telhados de vidro
E tem olhos de gato pardo – traiçoeiros!
Tudo é uma ebulição
Nada é murmúrio ao pé do ouvido
Nem mesmo um desmaiar de rosas.
A própria aragem, as águas, a cor da neve,
Os grãos de areia no deserto – passam, muito de leve.
Por que perseguir bolhas de sabão quando o sol se põe covarde?
E a inconstância de uma asa de metal acaso ainda voa?!
Por onde se estendem as palavras beijadas [simulacros!] que por orgulho saem das bocas?!
Nada é o que parece ser
Nem mesmo estas poesias.



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