FRUIÇÃO
Amor
consentida algema
sibilo ao vento ressoado,
canto das entranhas, Amada.
Vens assim,
andeja da noite dançarina,
o salto no asfalto.
Vais contando agruras
que o corpo esconde: clausuras.
Ficam juras: o pequenino coração
caule escavado do eucalipto.
De lonjuras, sinfonia:
imagens, imagens
esculpida aragem
no tapete do tempo.
E eu, aqui, avisado,
guardando a espera em mim.
–Do livro O SÓTÃO DO MISTÉRIO. Porto Alegre: Sul-Americana, 1992, p. 62.
http://www.recantodasletras.com.br/poesiasdeamor/169590